Meu canto

Certa vez
cantei as cores da minha infância,
cantei os mitos da nossa história
e as ruas deste país.

Cantei muito.
E de tanto cantar
incomodei meus vizinhos,
meus amigos,
meus amores,
meus desafetos.

Ainda canto.
Mas baixinho.
E a portas fechadas.

Meu canto desafinado
ecoa entre as paredes do meu quarto,
revelando as cores da minha infância,
os mitos da nossa história
e as ruas deste país.

Meu canto é continuação
do que existe, há séculos,
antes de mim.
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